domingo, 24 de janeiro de 2010

sexta-feira, 8 de janeiro de 2010

O Pequeno Príncipe

Antoine de Saint-Exupéry


(...) "E foi então que apareceu a raposa:
- Bom dia - disse a raposa.
- Bom dia - respondeu polidamente o principezinho que se voltou mas não viu nada.
- Eu estou aqui - disse a voz, debaixo da macieira...
- Quem és tu? - perguntou o principezinho.
- Tu és bem bonita.
- Sou uma raposa - disse a raposa.
- Vem brincar comigo - propôs o princípe

- estou tão triste...
- Eu não posso brincar contigo - disse a raposa. - Não me cativaram ainda.
- Ah! Desculpa - disse o principezinho.
Após uma reflexão, acrescentou:
- O que quer dizer "cativar"?
- Tu não és daqui - disse a raposa. - Que procuras?
- Procuro amigos - disse. - Que quer dizer cativar?
- É uma coisa muito esquecida - disse a raposa. - Significa "criar laços"...
- Criar laços?
- Exatamente. Tu não és para mim senão um garoto inteiramente igual a cem mil outros garotos. E eu não tenho necessidade de ti. E tu não tens necessidade de mim. Mas, se tu me cativas, nós teremos necessiddade um do outro. Serás pra mim o único no mundo. E eu serei para ti a única no mundo...
Mas a raposa voltou a sua idéia:
- Minha vida é monótona. E por isso eu me aborreço um pouco. Mas se tu me cativas, minha vida será como que cheia de sol. Conhecerei o barulho de passos que será diferente dos outros. Os outros me fazem entrar debaixo da terra. O teu me chamará para fora como música. E depois, olha! Vês, lá longe, o campo de trigo? Eu não como pão. O trigo para mim é inútil. Os campos de trigo não me lembram coisa alguma. E isso é triste! Mas tu tens cabelo cor de ouro. E então serás maravilhoso quando me tiverdes cativado. O trigo que é dourado fará lembrar-me de ti. E eu amarei o barulho do vento do trigo...
A raposa então calou-se e considerou muito tempo o príncipe:
- Por favor, cativa-me! - disse ela.
- Bem quisera - disse o principe - mas eu não tenho tempo. Tenho amigos a descobrir e mundos a conhecer.
- A gente só conhece bem as coisas que cativou - disse a raposa. - Os homens não tem tempo de conhecer coisa alguma. Compram tudo prontinho nas lojas. Mas como não existem lojas de amigos, os homens não têm mais amigos. Se tu queres uma amiga, cativa-me!
- Os homens esqueceram a verdade - disse a raposa. - "Mas tu não a deves esquecer. Tu te tornas eternamente responsável por aquilo que cativas."

terça-feira, 25 de agosto de 2009

Poesia Matemática


Às folhas tantas Do livro matemático Um Quociente apaixonou-se Um dia Doidamente Por uma Incógnita. Olhou-a com seu olhar inumerável E viu-a, do Ápice à Base, Uma Figura Ímpar; Olhos rombóides, boca trapezóide, Corpo otogonal, seios esferóides. Fez da sua Uma vida Paralela a dela Até que se encontraram No Infinito. "Quem és tu?"indagou ele Com ânsia radical. "Sou a soma dos quadrados dos catetos. Mas pode me chamar de Hipotenusa." E de falarem descobriram que eram - O que, em aritmética, corresponde A almas irmãs - Primos-entre-si. E assim se amaram Ao quadrado da velocidade da luz Numa sexta potenciação Traçando Ao sabor do momento E da paixão Retas, curvas, círculos e linhas sinoidais. Escandalizaram os ortodoxos das fórmulas euclideanas E os exegetas do Universo Finito. Romperam convenções newtonianas e pitagóricas. E, enfim, resolveram se casar Constituir um lar. Mais que um lar, Uma perpendicular. Convidaram para padrinhos O Poliedro e a Bissetriz. E fizeram planos, equações e diagramas para o futuro Sonhando com uma felicidade Integral E diferencial. E se casaram e tiveram uma secante e três cones Muito engraçadinhos E foram felizes Até aquele dia Em que tudo, afinal, Vira monotonia. Foi então que surgiu O Máximo Divisor Comum Freqüentador de Círculos Concêntricos. Viciosos. Ofereceu-lhe, a ela, Uma Grandeza Absoluta, E reduziu-a a um Denominador Comum. Ele, Quociente, percebeu Que com ela não formava mais Um Todo, Uma Unidade. Era o Triângulo, Tanto chamado amoroso. Desse problema ela era a fração Mais ordinária. Mas foi então que o Einstein descobriu a Relatividade E tudo que era expúrio passou a ser Moralidade Como, aliás, em qualquer Sociedade.

Millôr Fernandes

terça-feira, 11 de agosto de 2009

O que é ser criança???


Ser Criança...

É transformar-se como um passe de mágica...

Cada experiência vivida produz mudança em sua mente, independentemente de sua vontade.

Todas diferem entre si, sendo cada uma parecida somente consigo própria.

Sua individualidade é moldada pelas influências da hereditariedade e do ambiente em que vive.

Seu desenvolvimento passa por várias fases.

Cada fase superada significa uma aprendizagem nova.

É um ser humano inteligente que anseia descobrir...

segunda-feira, 20 de julho de 2009

Dia do amigo!!!



Origem: Wikipédia, a enciclopédia livre.

O Dia do Amigo foi adotado em Buenos Aires, na Argentina, com o Decreto nº 235/79, sendo que foi gradualmente adotado em outras partes do mundo.

A data foi criada pelo argentino Enrique Ernesto Febbraro. Ele se inspirou na chegada do homem à lua, em 20 de julho de 1969, considerando a conquista não somente uma vitória científica, como também uma oportunidade de se fazer amigos em outras partes do universo. Assim, durante um ano, o argentino divulgou o lema "Meu amigo é meu mestre, meu discípulo e meu companheiro".

Aos poucos a data foi sendo adotada em outros países e hoje, em quase todo o mundo, o dia 20 de julho é o Dia do Amigo , é quando as pessoas trocam presentes, se abraçam e declaram sua amizade umas as outras, na teoria.

No Brasil, o dia do amigo também é comemorado em 20 de julho

domingo, 12 de julho de 2009

Compreendendo a criança. O Medo Neurótico.


Casos Reais de relatos sobre o comportamento infantil

Para ser lido e comentado em reunião de Círculo de Pais e Professores.


Zézinho está agora com 4 anos e a mãe se queixa de sua timidez: "não sei o que há com esse menino; tem medo de tudo e de todos. Até parece sentir uma ameaça em cada pessoa que dele se aproxima!" A mãe de Zézinho sabe que todas as coisas tem uma razão de ser, que nada acontece por mero acaso, que é preciso primeiro conhecer a origem, os antecedentes de um comportamento, se se pretende compreendê-lo.

Mas ela não consegue entender o filho, não sabe a que atribuir o negativismo, a atitude anti-social. Zézinho é criança que não confia em ninguém nem tampouco manifesta espiríto de colaboração. Embora não haja motivo aparente para seu retraimento, nada enfim que se justifique, aos olhos da mãe, o menino é arredio, prevenido, como se crianças e adultos só se aproximassem dele para causar-lhe prejuízo, maltratá-lo.

É natural que a mãe se aflija e que demonstre suas preocupações ao ver que o filho tudo faz para tornar-se desagradável, antipático. Então ela não sabe que uma pessoa em tais condições é incapaz de ligar-se efetivamente a outras e de participar da experiência de um grupo? Como esperar que seu filho venha um dia a ser feliz, a viver e trabalhar construtivamente em proveito próprio e alheio?

O que essa mãe não sabe é que talvez nunca possa reconhecer e aceitar, porque tremendamente doloroso, é o fato de ser ela própria a primeira e a principal responsável pelo drama que hoje tanto a martiriza. Sem querer prejudicar o filho, naturalmente, e sem saber o que fazia, a mãe exerceu sobre ele, desde os primeiros meses de vida, a pior das influências: ensinou-o a temer as pessoas.

Quem conheceu o menino desde os 6 meses de idade viu que criança risonha, que criança dada, ele foi, terá de se surpreender com a transformação de agora. Mas quem conheceu a mãe e reparou no modo pelo qual ela tratava o filho, sempre que alguém - estranho ou mesmo da família - dele se aproximava, não terá surpresa; compreenderá facilmente que a timidez, esse absurdo "medo de gente", que a criança hoje manifesta, é uma conseqüência natural, lógica, da atitude da mãe, desde que a criança nasceu.

Sempre que alguém chegava perto da criança, sorrindo-lhe, estendendo-lhe os braços na evidente intenção de segurá-lo, a mãe reagia contra: pressionava seu corpinho de leve, atraindo-o para si, no instintivo desejo de retê-lo. Assim, sem palavras, prevenia e alertava o filho contra perigos imaginários. Era como se ela lhe falasse claramente: "cuidado, não vá com fulano, desconfie, meu filho, só eu gosto de você, só eu o posso proteger".

Quando ela recebia visitas ou estava em viagem, procurava sempre defender o filho do olhar ou do carinho das outras pessoas, sentando-o de costas para elas. A medida que Zézinho começou a falar e a andar, a mãe alertava-o também verbalmente: não confie em ninguém, só quem gosta você é sua mãe. É natural que tudo isso tenha sido captado, sentido e assimilado.

Primeiro a linguagem do gesto e depois o reforço da palavra repisaram a mesma coisa: Todas as pessoas - com exceção de sua mãe - são perigosas.

Assim aos poucos, dia após dia, durante meses e anos, Zézinho finalmente aprendeu a lição do medo. Diante de cada rosto sorridente ou aceno afetuoso ele acostumou-se a pressentir a ameaça, a traição.

Desenvolveu gradativamente o instintivo sentimento de defesa que o bloqueou emocionalmente e que hoje - em forma de retraimento ou timidez - anulou sua espontaneidade, impedindo-o de relacionar-se, de conviver normalmente com outros seres humanos.

Fonte: Profa. Generice A. Vieira
Para a Revista do Ensino - Porto Alegre - Brasil.

(http://sitededicas.uol.com.br/dicasps4.htm)